quarta-feira, 10 de agosto de 2016

3096 dias - Natascha Kampusch

"Natascha Kampusch sofreu o destino mais terrível que poderia ocorrer a uma criança: em 2 de março de 1998, aos 10 anos, foi sequestrada a caminho da escola. O sequestrador - o engenheiro de telecomunicações Wolfgang Priklopil - a manteve prisioneira em um cativeiro no porão durante 3.096 dias.
Nesse período, ela foi submetida a todo tipo de abuso físico e psicológico e precisou encontrar forças dentro de si para não se entregar ao desespero. 
Agora, pela primeira vez, Natascha Kampusch fala abertamente sobre o sequestro, o período no cativeiro, seu relacionamento com o sequestrador e, sobretudo, como conseguiu escapar do inferno, permitindo ao leitor compreender os processos de transformação psicológica pelos quais passa uma pessoa mantida em cativeiro, sofrendo todo tipo de agressão física e mental imaginável."



O livro começa contando um pouco da primeira infância de Natascha, para nos habituarmos à sua rotina e termos uma visão geral de como ela era tratada pelos que conviviam com ela. Parece irrelevante no começo, porém são nessas páginas que podemos perceber quais feridas o sequestrador tocava enquanto a deixava no cativeiro. Se ela era amada? Sem dúvidas. Porém, acredito que daquela maneira batida de sempre, sabe? Aquele amor que na correria da rotina, acaba não sendo demonstrado. Aquele amor que quando seus pais são separados, acaba sendo dividido e muitas vezes disputado de maneira completamente errada.
O sonho de Natascha era ser independente, andar livre e sozinha, o que não acontecia muitas vezes já que o conjunto habitacional onde morava, não tinha a melhor vizinhança para tal acontecimento.
Ao completar 10 anos, ela ganha o privilégio de poder ir até à escola sozinha. E em um desses dias, após ter brigado com a mãe na noite anterior (também fator importante para o trauma psicológico do cativeiro), ela está indo à escola quando o destino a coloca no caminho do sequestrador e tudo acontece.
À partir desse momento no livro, ela começa a contar como era o seu cativeiro, os "privilégios" que pouco a pouco conquistava com o sequestrador, as surras, a fome, a humilhação e exploração física e mental que sofrerá durante esses oito anos... Como as barreiras psicológicas criadas e alimentadas durante tanto tempo, acabam sendo mais intransponíveis do que as próprias barreiras físicas.

Acabei a leitura ontem a noite e ainda estou com algumas reflexões sobre ele... É um livro muito bom e também muito pesado. Abre sua mente para uma perspectiva diferente em relação à pessoa sequestrada, derrubando o estereótipo de que a mesma deve se martirizar a vida toda pelo que aconteceu com ela.
Uma dica: como é uma história real, se digitar no google o nome Natascha Kampusch, muitas informações serão jogadas no seu colo... Acho interessante ler apenas após o término do livro, para não ter nenhuma opinião formada durante a leitura.

Coloquei o livro à venda na minha lojinha no enjoei, caso alguém tenha interesse - 3096 dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário